Tipos de Hepatite
– Hepatite A
Transmitida normalmente através de alimentos ou contato pessoal.
Vem e dura aproximadamente 1 mês. É uma infecção leve e cura sozinha. Existe vacina.
– Hepatite B
Transmitida principalmente através de relações sexuais e contato sanguíneo. Existe vacina. Age surdamente no fígado por até 20, 30 anos. Leva à cirrose, ao câncer de fígado e à morte. Há tratamento. As curas totais são raras, mas é possível conviver com a doença, tratando-a por períodos de tempo variáveis.
– Hepatite C
A maior epidemia da humanidade hoje, superior à AIDS/HIV em 5 vezes. A transmissão é por contato sanguíneo, via transfusões, dentistas, seringas compartidas, etc. Não se transmite por sexo (a menos que haja sangramento mútuo) Não tem vacina. Existem subdivisões de seu vírus (o genótipo 1, 2 e 3 e os raros 4, 5 e 6). Existem, no mundo cerca de 200 milhões de pessoas que carregam o vírus da hepatite C.
A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado, respondendo por 40% dos casos. Pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
– Hepatite D
A infecção causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B.
Em pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B, a infecção concomitante com o VHD acelera a progressão da doença crônica.
A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.
– Hepatite E
É causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões.
A hepatite E não se torna crônica. Porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem apresentar formas mais graves da doença.
Felizmente, hábitos de higiene adequados e um melhor controle da qualidade da água utilizada pelas pessoas podem evitar o contato com esse vírus.
– Hepatite F
Relatos recentes demonstram que não se confirmou a identificação do vírus da hepatite F (VHF), portanto este tipo de hepatite pode ser desconsiderado.
– Hepatite G
O vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como GBV-C é transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas endovenosas e receptores de transfusões.
O vírus G também pode ser transmitido durante a gravidez e por via sexual. É frequentemente encontrado em co-infecção com outros vírus, como o da hepatite C (VHC), da hepatite B (VHB) e da Aids (HIV).
O DIAGNÓSTICO PRECOCE É A MELHOR DEFESA. PODEMOS SALVAR MILHÕES DE VIDAS SE OS TESTES FOREM FEITOS E AS PESSOAS TRATADAS A TEMPO.
Tratamento
As hepatites têm tratamento e grande chance de cura.
O tratamento é um pouco duro, mas é tolerável e cura cerca de 50% das pessoas infectadas.
REMÉDIOS
Os remédios aprovados pelos órgãos de saúde para tratamento da hepatite c são 2:
– INTERFERON e
– RIBAVIRINA.
Eles devem ser usados em conjunto.
TRATAMENTO
O Interferon é uma injeção subcutânea, de agulha super fina, que deve ser aplicado 1 vêz por semana.
A Ribavirina é uma cartela de cápsulas e a indicação é de aproximadamente 4 comprimidos por dia. A dose varia de pessoa a pessoa, de acordo com o peso e resistência aos efeitos colaterais que cada um apresenta.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO
O protocolo de tratamento prevê uma duração de 6 meses de tratamento para os infectados com os genótipos 2 e 3. Para os de genótipo 1, a duração é de 1 ano.
CUSTO DO TRATAMENTO
Embora o tratamento tenha custo elevado, se comprado por conta (aproximadamente US$ 30.000,00 pelos 12 meses) praticamente todos os pacientes se tratam gratuitamente, com os remédios sendo fornecidos pelo SUS.
COMO CONSEGUIR OS REMÉDIOS DE FORMA GRATUITA
O seu médico tem os formulários necessários para apresentação no SUS. Ele vai preencher para você (peça a ele que faça isso, pois o formulário é burocrático e difícil) e você deverá levá-lo até o posto de entrega de medicamentos que ele indicar.
O pedido deverá ser acompanhado de uma série de resultados de exames que você tenha feito (seu médico vai lhe instruir).
O SUS vai analisar o seu pedido e liberará os medicamentos em período de aproximadamente 1 mês. Este tempo pode estender-se, às vezes, até a 3 meses.
ENTREGA DOS REMÉDIOS
O SUS indicará um dia a você (provavelmente farão contato por telefone) para que sejam retirados os medicamentos.
Normalmente, você deverá ir retirar um lote a cada 30 dias. Eles não entregarão todos os remédios de uma vez, a fim de evitar que isso cause um comércio paralelo.
EFEITOS COLATERAIS DOS REMÉDIOS
Os remédios têm efeitos colaterais que variam de pessoa a pessoa.
O mais forte é o INTERFERON que pode apresentar uma série de efeitos.
Apresentamos, abaixo, uma lista dos efeitos que PODEM acontecer. Isto não quer dizer, obviamente, que eles VÃO acontecer.
O medo dos efeitos colaterais do remédio, principalmente do INTERFERON é o grande fantasma de quem está para iniciar o tratamento.
Por isso, gostaríamos aqui de comentar o seguinte:
Os efeitos são diferentes em cada pessoa?
Embora isso seja o que mais se ouça, em nossa opinião essa resposta, é falha. E deixa o paciente completamente perdido. O que ocorre é que, por haver muita variação de reação entre pessoas e pessoas, o que o paciente tem que observar é a MÉDIA de incidências de cada efeito. Assim, vai ver a chance que ele tem de experimentar cada um dos efeitos listados.
Quando você ver a lista dos efeitos que “podem” ocorrer, isto é, que já ocorreram num universo de milhares e milhares de pessoas, observe a porcentagem de incidência.
Exemplo:
1- Sintomas de gripe forte, como calafrios, febre, dores de cabeça, tosse, etc – Experimentado por 70 a 80% dos pacientes.
2- Perda de audição – Experimentado por 0,0002% dos pacientes que já tomaram.
Ou seja: Você tem muito mais chances de ter o sintoma 1 do que o 2. As suas chances de ter o 2 são como a de ganhar na Megasena…
É uma questão de estatística. E para isso que serve a lei das médias.
EFEITOS COLATERAIS INTERFERON
EFEITOS COLATERAIS RIBAVIRINA
Obs: Se você ler qualquer bula que seja, ali estarão diversos efeitos possíveis. Mesmo que seja uma simples Aspirina, alguém, em algum lugar, em alguma hora, já teve algum efeito pelo consumo.
O TRANSPLANTE DE FÍGADO
Há duas espécies de transplantes – uma onde somente parte do fígado é removida e receberá parte do fígado de um doador, que se acrescentará ao órgão do receptor, compondo com esse.
Na segunda modalidade, é realizada a total remoção do órgão e substituição pelo órgão doado. Esta é a mais comumente realizada nos dias de hoje.
CHANCES DE SOBREVIVÊNCIA AO TRANSPLANTE E QUALIDADE DE VIDA
Por mais incrível que possa parecer, o transplante de fígado não é algo “de outro mundo”. A grande maioria das pessoas que se submetem a esse procedimento sobrevivem à cirurgia e continuam vivendo normalmente num período de estudo de 5 anos. Mas, é claro, a sobrevida vai muito, muito além desse tempo de estudo.
A percentagem de sucesso na cirurgia é em torno de 80%.
Os relatos dos pacientes transplantados são muito favoráveis.